Há algo em seus olhos, um que de mistério e magia
indecifrável adentrando no finito em mim. Isto me torna indestrutível. O olhar
aprovativo, a doçura submersa em lágrimas, a euforia constante, o grito
extasiado, desmedido. Toda nuance de sua personalidade concatenada no que trago
e nego. Em todo momento a celestial imagem sublimando desejo, polarizando
angústias, medos.
Concentro em mim um ser nunca visto numa perfeição
mais que sonhada, buscada ou imaginada. Um viver imensurável iluminando em
afetos a paixão desconhecida, o reencontro de seres multicolores, indivisíveis.
Sigo seus saltitantes passos vislumbrando um futuro desconhecido à incerteza
bipolar em seus encantos. Mudos, ressonantes ou estanques , somos o sol num dia
chuvoso, o sorriso no rosto abatido, a paz numa guerra sem armas, o abraço em
trégua, a luz , a relva. Nascemos diariamente com a morte de nossas dores
tornando-nos Titãs pós-modernos na luta chamada amor verdadeiro.
O que tens erguendo-me ao lugar mais
alto, impondo em ópera monumental a placidez terrena que me leva aos céus? O
que és de sutil, devastadora e completa ao ponto me transportar a lugares
inimagináveis fundidos ao centro de mim mesmo? Lua, lúcida, púrpura,
purificada. Nua, crua, iluminada. Carregas de mim o Sol, o farol... No peito um
nó, a voz embargada. Um te amo só, o beijo mor, duas vidas, uma saga.
Helder
Pereira
15-04-2013
11:36
pm