sábado, 24 de janeiro de 2009

Lua de gêmeos II



Depois de conhecer o paraíso não querer qualquer sorriso,
Olhos que julguem dizendo o que é preciso.
Quando lâmpadas no céu acenderem seu jardim
Lá estarão lábios brilhando pra mim


Anunciando seres indecisos,
Carentes, atenção sem fim.
Seres imprecisos


Separados sem verdadeiro motivo
Lutando lascivos. Passivo latim
Unindo-os sem toque numa tela de marfim.


Cuidadosamente aconteceu assim:
Ela que não gosta de flores fechou seu jardim.
Tudo que ele queria como um real sorriso,
Foi apagado com o por do sol ideal num olhar impreciso.


Helder Santos

6:52 pm

24-01-2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Lua de gêmeos

Linda, prosa e verso,
Intensa em cheiro desconhecido.
Olhos buscando a lua
Mente alcançando o universo.


Sonhando de olho aberto
Em frente à tela, flutua.
Dedos ágeis, estremecidos.
Ansiedade, fúria.


Frágil pensamento desnorteado
Com amor, desdenha, cultua.
Mantém distancia. Isolado
Às respostas sutis, cruas.


Brilhante como o sol, queima,
Fria do outro lado da lua. Teima
A tirar de si o melhor dele
Sorrindo lunarmente pra esse ou aquele.


Helder Santos
03:21 am

22-01-2008


Preciso dizer que te amo
(Cazuza / Bebel Gilberto )

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O alguém especial que nunca te evitou

Ela mandou sinais, seu coração estava pronto para amar, ninguém viu, ninguém quis notar. Todo dia era igual na vida daquele pobre coração, alguém que vinha mostrando um sorriso sincero, um falso sorriso. Tudo que ela precisava era atenção, por isso se apaixonava por qualquer sorriso voltado a ela.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quando aconteceu o que ela queria.


Te vendo em todos os lugares, voltamos a ser sonho, algo impossível após o possível acontecer. As músicas que você ouve hoje, não são as mesmas que contavam nossa história. O mundo idealizado sumindo lentamente em súbitas decisões, falsas conclusões do que fiz, do que não fizemos. Vejamos o que aconteceu antes do fim.
A olhei calmamente, não poderia demonstrar nervosismo é óbvio. Numa concentração atabalhoada ela escolhia músicas que ouviríamos aquela noite, as suas músicas, algumas nossas. Toquei sutilmente seus cabelos e pescoço, senti sua respiração disparar, sua postura mudar. Ao aproximar-me minha respiração denunciou bem mais, o peito a sair da caixa torácica superlativava meu desejo – gostaria de dizer nosso – naquele momento foi nosso anunciando o primeiro beijo. Desse beijo senti algo queimar e não era ruim a sensação, a boca mais linda, acariciada, desejada; a menina querida, inteligente, doce-complicada que conheci. Não esquecerei esse momento, não há movimento universal que permita isso.
Não havia lua, sol, ou pessoas. Éramos únicos, lúcidos, tensos, – gostaria de usar o termo apaixonados – a noite começava perfeita, a garota que amo dessa vez estava ao meu lado, aproveitamos. Falamos sobre teorias estranhas a outros olhos, as mãos paravam de suar gradativamente unidas como nunca pareciam anunciar algo bom como caminhar de mãos dadas, contar estrelas, trocar carícias. Naquela noite fizeram quase tudo. O sorriso de menina encantadora seguia em minha direção, estava tonto, alucinadamente feliz com o sonho realizado.

Helder Santos
16-01-2009
00:07 pm


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Praticidade em forma de adeus.

Passos dados em direção contrária
Levam a escuridão do bosque.
Fortes passos distanciando passado e sorte.


Duas pessoas, uma história:
Ao amor pena de morte.
Cabe ao sonho o desmedido trote
Estranhamente ligado a tais paranóias.


Não! Diretamente atrelado a suas memórias
Fugidas, maliciosas, inocentes por suporte.
Passos assustados rumam ao por do sol cinza,
Verdades desmedidas gerando profundo corte.


Lúcidas dores veladas, assistidas
Providenciam armas letais
Aos pobres sentimentos revelados
Assassinando corações já destroçados.


Helder Santos
14-01-2009
1:03 pm

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Dai-me uma dor


- Olho nos meus olhos e posso ver que quando eles olham na direção contrária do que seria o certo eles ficam melhores! Chegam a vibrar, entram em um ritmo. É!, em um ritmo frenético (!)... Eles se perdem no tal do horizonte e voltam, voltam lentamente e ficam quietos. Ah, mais agora eu sei o que eu quero enxergar! E como eu sei. Cores, sons e formas muito me interessam, até mesmo quando não me satisfazem no caso quando não me agradam, em falar sobre agradar lembrei de uma coisa que gostaria de esclarecer :

Não sou a dona de meus desejos!


.Sempre quis dizer isso. Mesmo não me satisfazendo elas ( no caso as cores, sons e formas) me deixam bem! não bem comigo mesma... mais bem! Mentira'

Carla Caroline

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O grito sinônimo silêncio

A intensidade do momento eterniza um segundo,
Mundos emprestados expressos numa música de fundo
Silenciosa, vaga, gritando num barulho absurdo.

É palavra chamando alguém invisível,
Ser inexistente a povoar seu céu
Sutilmente previsível

Envolto ao mel
De doces amores em troca de fel.
É dor silenciosa e triste,

Doação inútil fazendo-te transparente
No mundo reluzente que tu criaste
Robustecendo rostos que forjaste.

Helder Santos
01:03 am
07-01-2009

As palavras certas

A voz parecia cansada, a mente se mostrava confusa. Ela, indecisa entre amor e um novo amor que apontava, ela, insegura, o tom de suas palavras juvenil e sereno denunciavam medo e desejo, sentimos juntos, pensamos juntos. Entre o bem e o mal estava eu, o confessor de uma história minha.
Calma, não ache que fui tendencioso ou influenciador, ouvi, falei, e nada foi sobre o que represento , foi sobre o que ela representa pra os outros, que as decisões devem ser tomadas em cima disso, claro, ela e os outros, nunca eu, o “eu” aqui não cabe, preciso ausentar-me para fazer o correto, o que não tem haver comigo, tem haver com ela. Se eu tive medo? Claro que sim, não parava o pensamento daquele ser o amor da minha vida, o que sempre sonhei. Perguntei-me o que é o amor, tive de súbito o que precisava a sabedoria de que “o que eu quero nem sempre eu preciso”, mais uma vez: CALMA! Quero dizer algo simples, o que quero é algo completo e incondicional, não poderia tender a mim se estava envolvido, se poderia influenciar e ser cobrado mais tarde, amor é isso.
Após algum tempo desliguei o telefone e pensei mil coisas, dentre elas a rara noção da certeza dela que eu tenho as palavras certas.

Helder Santos

00:00 am

06-01-2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Passeio dos pássaros



Se eu soubesse que um pássaro assoviava,
Se eu soubesse que um pássaro parava,
Planava e até voava sem ninguém perceber.

Se eu conseguisse ouvir homens cantando,
Se pássaros quisessem ouvir, ver
Homens presos, pássaros voando.

Pássaros felizes, homens cantando,
Homens presos, pássaros voando.
Se pudéssemos voar tal como pássaros cantando
Enquanto presos homens estão voado.

Se pássaros pudessem falar,
Perguntar sobre homens, mulambos,
Se livres podem realmente cantar,
Se homens são realmente humanos.


André Born
Helder Santos
00:18 am
06-01-2009

Ela

Fazendo dos momentos significantes fotografias do real, do que poderia ser, do que é desejo. As personagens podem ser criadas, inventados, serem de carne e osso. Sendo fiéis a elas jamais negaria uma história a quem faz parte delas, assim, faço questão de contar aos interessados ou não como eles estão, estiveram ou merecem estar nos devaneios, verdadeiros sonhos de quem feliz ou infelizmente parece idealizar demais.
Como vêem algo está acontecendo, alguém apareceu e mudou tudo: planos, sonhos, medos, tudo mudou. As coisas mudam facilmente, dessa vez ela havia prometido não se apaixonar, prometido que não deveria ser assim, que seria difícil, muito difícil, mas aconteceu. Seria um longo processo esse de acreditar em alguém, ela preferiu começar pelo final pra acreditar que poderia existir um começo, uma história real.
Ele, diga-se de passagem, era mais inseguro que ela - homens são inseguros, garotos mais ainda – dentro de toda impulsividade eles puderam se olhar por alguns instantes e imaginando como seria estarem juntos quando que num segundo estavam distantes, separados por um destino sorrateiro e nada convencional dessa essa história tendo tudo pra começar do início ter que começar pelo final. Talvez se amem, talvez não, independente disso a história é real.

Helder Santos
05-01-2008
0:43 am

domingo, 4 de janeiro de 2009

Primeiro dia do resto de nossas vidas

Quero a infinidade de emoções que
Nos seus olhos posso ver.
Uma quantidade imensurável de sensações
Que nos seus braços posso ter.

Infinitos minutos passados ao seu lado
Eternizados no seu abraço
Querendo descobrir o que não aconteceu
Após sumir na multidão.

O que não aconteceu busca
Você quando estava pronta de coração.
Quero você, não sei o fazer se

Essa ansiedade estragar tudo,
Essa insegurança mostra-me indefeso
Num mundo novo de uma menina também indefesa.

Helder Santos
03:15 pm

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Caixa mágica


Estou aqui.  Sempre estive e nem sei o motivo de não ser notado. Pode haver algo entre não te sentir antes , sentindo-a  agora?  Assim precisam começar histórias de amor? Indago sobre o que pode e não pode ser, se há possibilidade do mundo conspirar contra aqueles que sentem, vivem, amam ou dizem amar. Deve haver algo! Estou esperando a parte de mim que sobra em você.  A que deseja conduzindo-me ao lugar que nunca fui, longe de onde estou e estive sem estar pra você. Não posso dizer que quero de volta. Como diria se você não veio? Como explicar que sempre estive?
Uma personagem assexuada num filme de Almodovar falaria como um anjo assexuado pra seu sexo, eu não. Almodovar é super sexuado, prefiro ser seu, não ser quando assim preferes.  Opto por ser seu, eu , meu sendo seu como você quiser. Mesmo que seja de ninguém e volte a você.  Quero seu eu, minha parte de você em mim que procuramos, uma parte de nós.  Ser como quisermos. Apenas, ser e de preferência, seu. Curvas em nossos corpos entrando em sintonia avistando o todo,a metade,o quê sintônico suavizando o que está entre nós. Mesmo você preferindo não ver, mesmo pendido, volto pra onde nunca saí, onde nunca sairei, onde estive desde que te vi, onde não pretendo sair, sendo ou não, expulso. Mesmo que não ames.
A caixa mágica que move os sonhos sendo aberta quando você quiser. O filme de amor e seu casal feliz.  Seríamos nós?  Como diria isto? Como se pra você não posso ser  e sendo, preciso parar de ver filmes e fazer nossa própria história? Estou cansado de ser que não é, sendo.  Estou farto de não ser. Quero a parcela de mim em suas mãos, o final feliz. Separando-nos do medo em ter o que não tenho, volto a você, à caixa mágica suavizando nosso sonho.

Helder Santos
1:29 am
02-01-2009