quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Vivo" o sonho de poder sonhar.



Passeia comigo, Patrícia.
Emaranha teu braço ao meu e caminhemos como o vento:
Rápido quando em tempestade, lento quando em calmaria.

Percebes, enquanto te vejo, estou atento.
Simples, sereno e tenro rumo por essas vias
No vir a ser do apreciar do momento em que estamos a sós na
Verdade de nós

procuro compor versos em alegria
pelas estradas onde não passamos - haveremos de passar -.
Patrícia,somos únicos, constantes nos afetos, intensos no amar.

Avistas o monte?
Sabes, lá estivemos e lá deveremos estar.
Seja como for, teu braço estará cruzado ao meu
e alcançaremos a fonte

No sentido de sermos, ao lado do outro, o que foram Julieta e Romeu.
Sede de vós ao pé da fonte, corpos lambuzados
Ao pé do monte.

Odores, calores, sabores.
Se existiram , Julieta e Romeu,
quem seríamos senão a versão contemporânea deles?  

Helder Santos 
13-02-2013
00:16 pm




sábado, 2 de fevereiro de 2013

Desfeito o sonho de poder sonhar.




A imensidão condena o ambiente ao esquecimento.
Horizonte vago e águas distantes, paisagens desérticas no meu ser.
Árido em lamento.

Sinto-me completo tal qual um copo sem líquido
Preenchido pelo silêncio.
Uma nuvem sorrindo ao desfazer-se
Num céu de um sol fazendo-me derreter...

Sinto dores que não são minhas
Em amores não meus.
Bailo num traçado sem linhas
Rabiscando uma chuva torrencial de Deus.

Uma inundação cética fuzila meu cérebro
Na mesma intensidade que esfacela o coração
Carente em palavras corretas,
Desfeito da promessa em ser eterno.


Helder Santos
3:41 pm
02-02- 2013