quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Saber o que você quer

Saber coisas sobre você
É mergulhar em rio inavegável
Num barco sem remo,


Sem rumo, em silêncio.
Enquanto sopro, a vela
O barquinho sem vento
Balança incansável


A espera de alento.
Em sua conhecida cautela
Deduzir é igual a te ter
Força, movimento.


No batido incansável,
Da parede que martela
Criar suporte no momento
Até mexer você.


01:26 am

Helder Santos

28-08-2008

Movimentos racionalmente empíricos me separando de ti.

Sinto como se algo estivesse partido.

Seu sorriso foi embora levando o que nunca tive,

Meu amor.

Enquanto acreditava nessas mentiras, na dor.



Você foi e nem parece ter vindo,

Estado em algo que em mim sempre foi.

A prece em darmos certo,

O abraço, o beijo a esperança em seu calor.



Tudo o que pára³ em poemas, versos, ilusões de amor.

Se há algo que possa nos apresentar ao que nunca vivemos

Grite , GRITE ALTO, preciso ouvir




Que nos sonhos acordado há uma razão

E que essa deve guiar meu coração,

Pois na ausência de tudo é melhor dormir.






Helder Santos
10:26 am
27-08-2008

1. Empíricos , derivação de Empirismo, movimento que acredita nas experiências como únicas (ou principais) formadoras das idéias, discordando, portanto, da noção de idéias inatas cultivada pelos racionalistas.

3. Pára Substantivo masculino.
Bras. RS Rel. Certo culto religioso de influência afro-brasileira; batuque.

De parar.]
Elemento de composição.
1.= ‘que protege contra’, ‘que apara’

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Algumas semanas depois...

Eu, que raramente te vejo fiquei sem jeito. Dois olhares, uma pergunta sem sentido, uma fuga. Fugi pra um lugar que não conheço. Se também não te conheço e provavelmente não conhecerei, feliz ou infelizmente me resta à cena patética de ter te envergonhado e me envergonhado sem ao menos te dizer algo que fizesse sentido. Naquele momento de ponderação questionei minha existência e, para me sentir vivo tentei encontrar alguém mais patético do que eu nas imediações, não foi possível. Olhando ao redor tudo que eu via era um azul que me cegava. Não, não era a cor da borracha do seu aparelho, era o bolso do meu jeans, precisei de algum lugar para me esconder, então , desajeitado, enfiei a mão num dos bolsos, fingi que te encontraria mais uma vez e disse, agora procurando uma saída, como era bom te encontrar, dei as costas fingindo superioridade, tirei a mão do bolso e ainda é segunda à noite.



Helder Santos

11:01 pm

25-08-2008

sábado, 23 de agosto de 2008

Tábua rasa¹

É sempre a mesma espera:

Uma palavra que hei de ouvir,

Uma lembrança do que não aconteceu,

Uma quimera.



Em todos os lados o “devir”,

Ser ou não o que de tão lindo

Amam, rejeitam.


Planos intercalados em ausente presença,

Planos traçados

Em olhos, ouvidos, mãos e bocas... Parados.

No que sempre faço... Esperança


Interdependência e ação

Separando o que quero o que sou

No que tenho e almejo... Coração.


¹ A teoria denominada “tabula rasa” é do filósofo empirista John Locke. Esta teoria afirma que todas as pessoas nascem sem saber absolutamente nada e que aprendem pela experiência, pela tentativa e erro.

Helder Santos

01:11 pm

23-08-2008





quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Anagrama


Todos os dias esperando por um dia como esse

Numa noite em que você sorri e nada diz.

Em todas as palavras que ouvimos, parece

Haver pouco sentido em ser feliz.


Não numa noite de um dia feliz como esse,

Quando dessa vez, não precoce

O amor aponta um tipo novo e forte.


Nos fazendo acreditar que realmente existe,

Algo feliz e forte como o que sinto em seu sorriso.

Sem mistérios em sutis segredos,

A busca pela felicidade que insiste


Das palavras que ainda não disse:

Cada manhã imaginando a declaração diária

Que se apanha em seu olhar.


Helder Santos

04:24 pm

21-08-2008

domingo, 17 de agosto de 2008

Não sei o que fazer quando você diz sim.


O que sempre imagine e nunca vi em você,

Da poesia que escrevo e nego a ti.

Quando penso palavras belas e nego.


Quando falo o que você precisa ouvir

A outro alguém que nem sempre merece.

Não sei pedir desculpas.


Não sei como falar anjo pra anjos,

Não tenho como dizer amor.

Aí quero dizer nunca pra seus olhos,

E você vê nos olhos que devo dizer não a sua boca.


Não consigo dizer sim, dizer não e negar o desejo.

Queria mentir pra mim

E contar os motivos de dizer não,

Desejo a coragem de sentir, de dizer sim.


Helder Santos

17-08-2008

04-43 am

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Escrevi pra você

Vi em suas fotos alguém que podia ser eu.

Não, não era outro alguém e isso não amedronta.

Corri junto a seus passos, ao mesmo tempo não era eu.


Às vezes tenho pressa, às vezes sinto falta...

Você foi obrigada a me mandar parar, estou tentado...

Vi em suas lembranças um sorriso que não poderia nunca esquecer,

Ouvi nos seus olhos o que estou falando.



Ontem tive muita saudade, lembrei do frio, do beijo em seu umbigo.

Nem faz muito tempo e ainda tenho o gosto do calor nos seus olhos tímidos,

Ainda sinto a força do seu ombro amigo.


Muitas coisas acontecem, a vida é feita de crenças.

Ontem senti você pensando em mim,

E você dizia para eu ter paciência e ser menos inseguro,

Depois de muito tempo dormi, é que sonhei com as palavras que li em você.


Helder Santos

13-08-08

06:02 pm

domingo, 10 de agosto de 2008

Untitled


Pareço não saber mais nada sobre você,

O que nunca soube,

O que imaginei saber.


Há uma feliz, triste lembrança do que nunca fomos

Do que possivelmente nunca poderemos ser.

Nas doces realizações dos sonhos

Onde aparentemente não haveríamos de ter:


Promessas ditas, esquecidas que poderíamos viver.

Um amor quem sabe de cinema,

Que ninguém além de nós sonharia viver.


Somasse à promessa

A velha lenda que num dia hei de ter

Um amor, mesmo que não tão grande como o seu,

Com velhas novas histórias que não perdi em você.

Helder Santos

04:16 am

10-08-2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O sol no seu sorriso

Ao passar os olhos em você, libertei a solidão

Que habitava meu espírito, travava meu coração.

Aos olhos dos que vêem mais


Aos passos do que querem tudo.

Caminhei devagar olhando funda e calmamente seus gestos,

Pequei com carinho tocando seu corpo,

Esperei por você sem penitência ou protesto:


Ó libelo inverso livrai-me do torpor.

Ao passo que estás distante o que tenho de melhor surge buscando sua presença.

Se o que liberta aprisiona: leva-me contigo, escolhe nosso caminho.


Quando o que me tenta me toma, dai-me teu maior gesto de carinho.

Não precisa escrever que ama ou que precisa tanto quanto eu preciso de ti.

Aí...Enquanto desenho o céu da sua boca, a idealização ganha contornos angelicais

De repente você está próxima e faz o que mais adoro, sorri.


Helder Santos

11:59 pm

30-07-2008

08-08-2008