terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dialeticamente

Duvido que algo, possa, ao mesmo tempo, ser e não-ser. Talvez, como em Hegel, o ser exposto a sua contradição, o não-ser, gere o vir a ser em fluxo perpétuo. Mas, o que Hegel fala, explica o movimento da história, não dessa estória. E, ou, tornar-se-á, história no final. Falando da estória, todas precisam de um que chamado suspense, drama, tormenta. Palavras, sons, imagens e todas tentativas vãs consolidarão o simulacro ideal construído.

Ela tem cor, cheiro, sentimento, mistério e tudo mais que há. Entre isso e ela, o mundo criado por mim, para ela. Esse errôneo e talvez mistificado criar, escreve a estória que une e separa. No conto de fadas, o ser real conflitar-se-á no concreto, e, como afirma Hegel, gerará uma síntese. O ideal unindo, divergindo, atuando, coadjuvando, sendo, não tendo. Assim, começa a história. Como em Hegel – que ele me perdoe-, há um aprendizado dialético, o tal motor da história. E que estória. Ela e suas laudas constituem um drama existencialmente sentimental, algo sem fim como dialeticamente, Ele afirma, não Hegel, afinal, isso é estória.

Helder Santos

09:06 pm

30 – 08 – 11



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Crenças (in)(sólitas).


Sabe, após anos confirmei médias certezas como a de não saber lidar com a disponibilidade de seu coração. É, não sei! Acordei ansiosamente nauseado com a possibilidade de sua voz perto do meu ouvido. Talvez por ter sido assustador assistir seu sorriso junto ao meu enquanto tocava o anel discreto em sua mão e analisava a forma como prendes o cabelo. Estar apaixonado deve ser torcer pra que tenhas um dia bom e, no final dele, seu pensamento conduza a ligação que espero. Isso me leva ao telefone e os dígitos de seu nome. Uma saudade pelo que ainda não existe e o agradecimento pelo que não foi se tornando oração.Vai saber, seu coração também é esquisito.

Helder Santos

15-08-11

09:38 pm

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Talvez Queira...(ou mais um sonho...)

...uma fórmula capaz de apagar o que não aconteceu em julho sublimando “a gosto” o que não sei de setembro.

Para ela, há anos é agosto. Entendo e sinto seus pequenos flertes a julho por ele acatar sem pudor sonhos que sempre sonhamos. Por anteceder o caos “agosto”, em julho entregamo-nos em furor adolescente a messe individual de ser feliz. Perseguindo julho, iludimo-nos em afã setembro desprezando a atenção “a gosto” em sabor julho.

Gélidos invernos, tépidos verões, subliminares outonos e doces primaveras desconhecem o dito “a gosto” nas palavras julho do último mês. Enfáticas palavras sem toque mágico tendendo à silêncio sem temor ou dor.

Ele, por entender “agostos”, renega “a gosto” o sorriso que não sente. Há tanto tento, há quanto tempo? É, é tempo de sentir e as portas de setembro Talvez Queiram algo mais deles, ou desejem fechaduras resistentes ao próximo sorriso em suaves outubros sem acelerar corações, sem medos e idealizações. Seu silêncio gradativamente me afasta, suas escolhas, certas ou não, reprimem libertando, sufocam dando ar, apartam afrouxando a corda que não tecemos , escolha sua.

Para nós, “há gosto” de telespectadores assíduos de uma felicidade que não tivemos, mundos se distanciam, palavras visionárias diluem-se, sonhos e pesadelos somem. É, agosto prende, “a gosto” liberta. Talvez suas escolhas sejam certas, talvez não. Está noite, essa noite, dormirei bem.

11-08-11

02:02 pm

Helder Santos

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

1º de agosto (Te Querer) ou Mais um sonho.


Densas noites de agosto, em meu sorriso, contagiam o coração. Cansado de não entende-lo, tenho dormido mais sem dormir bem. Toda sorte de ansiedades dominam meus sonhos. As pálpebras dilatadas, fiéis telespectadoras de sua ausência, sentem seus sorrisos de felicidade. Cansados, nada pedem os olhos além de sono sem mente com sonho. Sonhando ter um dia sem sonho, olhos que abrem, fecham sem piscar em suas fotos, relembrando, surperlativando poucas memórias, olhos brilham, marejam e dormem.

Mais um sonho. Mente ativa. Seus passos, abraço e toque. O sublime gosto do seu beijo acelerando olhar e sonhos. Se os olhos vêem, oniricamente sentem, registram em lentes passagens em paisagens que não passamos. A mente, cria, recria mínimos gestos num que de consolo e falta. Quase dia, não distingo o que é real do que é sonho. Meu corpo dói e te vejo nalgum lugar futuro.

Acordando, olhos teimam, precisam sintonizar pensamentos. Um despertar em som insólito - “escuridão, noite liquefeita tudo toma forma, do corpo que se deita na escuridão...escuridão, nenhum olhar aceita, tudo se transforma numa cama desfeita na escuridão”- rejeita o dia. Olhos abrem, fecham, fecham, fecham, abrem... fechados. Acordar dormindo e ainda sonhar. Sonho, pesadelo diário. Adeus, sonho real. Noite em meus sonhos, até mais imaginário. “Open your eyes”, bom dia.

10-08-11

11:48 pm

Helder santos

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Tanto Quanto (amor platônico).


Rasgue as fotos, queime as cartas, apague os e-mails, suma do mundo por uns tempos. Isso ajudará. Não, não ajudará em nada catar rasgos e remontá-los, recuperar e-mails ou sumir de um mundo dela. É, seu mundo não existe no presente platonismo fazendo-te lembrar o que não viveram a partir do pouco que supôs viver a seu lado. Mantenha fotos, e-mails, cartas, tudo que mantiver por perto aquela que, sempre longe, rouba seu ar, e, quando acelerado seu coração bater ao ritmo em seu celular, pense ser a ligação que você espera mesmo “oculta”, em silêncio aterrador, pior ou igual à ausência presente no som da respiração que você decorou. Seja pretensioso, certamente se apaixonará mais pelo ser que julga conhecer. Não! Seja modesto, dela não sabes. Por ela sentes, sonha, idealiza. Acorde! Não, não há como acordar se acordas no mesmo sonho em dor igual ao carinho, destinado em grito com silêncio de Amor, o mesmo em você, o mesmo ser num tanto quanto amor.

09: 14 pm

08-08-11

Helder Santos