Encanta fugir de teus encantos. Preciso falar, calar o óbvio que me
encanta. Dormir acordado no sonho de sonhar. Preferiria estar aí contigo aqui,
corpo e furor mas não sei mais onde estás ou quem és. Palavras, sorrisos e planos num não sei o que de ontem cravados nos versos de hoje. Um saber amanhã em
protesto “silencioso-torturante” em seu “senão”. Toda semelhança acolhe
aquecendo o encontro só nosso no você e eu sem você e eu escrito no somos, potencializando talvez, estamos. Passeamos em rodovias auditivamente aquecidas
pelo silêncio em nosso olhar: o grito do nosso toque, a cor do nosso afago. O
turbilhão imagético produzido pelo cheiro que acalma a brisa tortuosa na
intensidade de um quem sabe seja diferente e seja. Vai saber. Encanta
encantar-me em teus encantos, e os que crio, acalenta-me teu grito, teu
silêncio.
Helder Santos
25-10-2012
22:15 pm