quarta-feira, 3 de julho de 2013

Devaneio titã

            
            Cada verso reside um sentimento incontrolável, temores, dores, satisfação, angústia, medo, entrega, preenchimento...vazio. Nasço e morro em linhas que lês em pouco caso. Toda palavra tende ao mesmo centro, busca o reencontro daquilo que um dia foi magia e alegria caminhando por uma estrada segura em que nossos caminhos não se perdiam em placas enganosas. O caminho à nossa rua não precisava de  atalhos mal traçados ou desvios esburacados, era plano, seguro, uniforme. 
            Amar a suave brisa ao passarmos pelo bosque capaz de inflar o pulmão juvenil do nosso velho amor e chegar à casa em que tantos de nossos planos nasceram, viveram , temeram e proliferam a relação de nós para com nós mesmos  e , de lá, sentir que algo mudou, espanta quem nos julgou capazes...nós mesmos.
            Meus planos tão nossos, o sorriso próximo, o abraço demorado, ir de mãos dadas à lua secreta mais que vista são lembranças indestrutíveis à caminho do adormecimento iniciado por soltares minha mão. Atordoado, entrelaço os dedos em seus cabelos, a pele em seus dentes. Entro em sua mente , torturo-me em sua inconstância, reluto aceitar morrer um pouco em você...
            Metas, medos, mentes, medidas inexatas avisam-me o que está por vir, a solidão virá destruindo o resto dos sonhos que nutro, das esperanças a sete chaves que abristes com sorriso e fechastes siso. Teimosias inversamente proporcionais, o medo de perder e o desejo de partir, partindo, partida, minha casa.
            Irmãos, amigos fadados ao prazer egoísta sendo punidos pela inexatidão do que foi sentido. Um tudo nada inundado em mar revolto. Apelos continuam, zelos sem cessar, o fim.

Helder Santos
9:51 am

003-07-2013  

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